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Meninas que Detonam - Edição Especial

Posted by Thais Roland on quarta-feira, novembro 25, 2015 in , , , , , , ,
Nas últimas semanas me foi proposto um desafio. Um grupo de rapazes contratou um workshop de regulagem de motores para o dia 21 de novembro. O Dia da Consciência Negra, que cai no dia 20 de novembro, é feriado aqui em São Paulo, então, para que eles pudessem participar do workshop sem iniciar a Terceira Guerra Mundial com as esposas/namoradas, me foi proposta uma palestra para as garotas enquanto rolava o workshop deles.

Que mega desafio! Eu teria que entreter um grupo que não queria, necessariamente, estar ali comigo e que preferiam fazer coisas muito diferentes do que falar de carros no feriado delas.

Passei uma semana inteira rascunhando, pesquisando, apagando tudo, desistindo, me desesperando...

Até que defini uma estratégia, preparei tudo e aguardei.

Começamos com uma conversa despojada, sentadas no chão, falando sobre como cada uma delas se viu envolvida com carros antigos. Contei algumas histórias de mulheres que revolucionaram o mundo dos automóveis e fomos quebrando um pouco do gelo. Aí então, as convidei para entender como um motor funcionava enquanto eu montava um. As deixei à vontade para apenas olharem ou para participarem e, para minha surpresa, quando me dei conta, todas elas estavam com peças nas mãos, paninhos sujos pendurados nos bolsos das calças e passando ferramentas umas para as outras! A palestra se transformou em um hands on! E foi fantástico!

Meninas sujando as mãos para montar um motor AP
Depois de algumas horas estávamos com o motor montado, mulheres cansadas e felizes e, principalmente, um pouco mais próximas do mundo dos carros e da mecânica. Não do mundo dos meninos, mas do meu mundo!

Meninas felizes e empolgadas por terem realizado a tarefa proposta
Só tenho a agradecer por ter recebido esta oportunidade e por tê-la vivido com mulheres tão incríveis! Que venham mais!

Obs.: não custa lembrar que você também pode contratar as palestras, os workshops e os hands ons da Ricardo Oppi Restaurações pelo email ricardooppi@gmail.com

Obs. 2: para ver mais da série Meninas que Detonam, cliquem AQUI

Beijos e até a próxima!

Mais umas fotinhos pra dar uma ideia do que aconteceu!







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Programa Desenferrujando

Posted by Thais Roland on domingo, novembro 15, 2015 in , , , ,
Pois é, galera... voltei com os vídeos lá no canal do Youtube.


Estamos fazendo um esforço pra gravar alguns vídeos bacanas pra vocês na oficina com nosso dia a dia restaurando carros antigos.

Fizemos um meio que de brincadeira, pra mandar pro dono do Amphicar, e pra colocar na fanpage da restauração do carro que ele criou lá no Facebook e a brincadeira fez sucesso.


Então agora estamos, na medida do possível, gravando pequenos vídeos da nossa rotina para mostrar um pouquinho do nosso mundo pra vocês e, principalmente, pra contar a história de cada um desses carros magníficos que chegam pra gente.

Dêem uma conferida, digam pra mim o que estão achando, sugiram temas e melhorias e venham pro nosso mundinho enferrujado. :)

Beijão, povo!

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Conhecimento não é pra ficar numa caixinha

Eu sempre gostei de compartilhar conhecimento. Sempre! Não foi à toa que dediquei anos da minha vida profissional ao Linux. Gostava tanto do sistema quanto da filosofia e seguindo essa linha acabei dedicando parte das minhas carreiras, tanto de Tecnologia quanto Automotiva, a ministrar cursos e poder continuar com a ideia de compartilhar conhecimento sempre.

No Senac, promovendo a cultura Linux.
Quando entrei na área automotiva, minha primeira experiência com a multiplicação do conhecimento foi o meu canal do Youtube (clica aqui pra ver), com pequenos vídeos na linha do que eu já fazia com tecnologia. Isso evoluiu para o Deixa que eu Faço, um canal criado para dar dicas de manutenção pra galera que queria entender um pouco mais sobre o próprio carro e não ser passado pra trás por mecânicos oportunistas. (O projeto não continuou, mas ainda dá pra ver os vídeos clicando aqui)

Meu canal no Youtube
Nesta época eu comecei a trabalhar na Garagem São Paulo, uma oficina cujo proprietário tinha uma visão muito parecida com a minha, tanto que cedia o espaço dele para que a gente pudesse gravar os vídeos do canal. Mas o mais legal do Edu não era isso... o mais legal do Edu foi que ele sugeriu que nós levássemos mulheres pra oficina pra ensinar um pouco de mecânica pra elas. Eram 4 horas de diversão pura! A gente servia um café e eu passava toda a manhã conversando, mostrando coisas do carro, tirando dúvidas, fazendo piadas, informando e esclarecendo. Era magnífico! Foram apenas duas turmas, mas a semente estava plantada: Workshops!

Clínica de Mecânica para Mulheres na Garagem São Paulo
Dava tão certo que muitos homens começaram a se interessar também e pedir uma oportunidade dessas lá na GSP. E eu achei ótima a ideia, mas não tivemos tempo de colocar um Workshop misto em prática, mas também não parei... vira e mexe eu me envolvo com algum evento neste sentido.

Um dos mais recentes foi com o Fusca Clube do Brasil. Eles me pediram uma palestra para as esposas dos colecionadores. Seria algo parecido com o que eu fazia na Garagem SP, um pouco mais curtinha. Acabou sendo uma oportunidade fantástica em vários aspectos. Primeiro porque estendemos o convite aos homens que também estivessem afim de assistir (uma palestra mista, como eu queria fazer) e segundo que tive o desafio de personalizar a palestra para colocar o Fusca em foco, o que me abriu muitos horizontes, não apenas para fazer várias palestras para vários carros diferentes, mas também para desenvolver vários tipos de ações conforme a necessidade e, principalmente, a vontade do público.


Mas minhas ideias sempre foram além de apenas palestras. Palestras são legais, mas dependendo da situação é possível fazer muito mais, como fazíamos nas Semanas de Tecnologia quando eu trabalhava no Senac e foi daí que comecei a rabiscar (e testar) algumas ideias:

- Palestras personalizadas: palestras informativas para os Clubes ou grupos de colecionadores/entusiastas de determinados carros.
- Workshops: palestras mais longas, porém para grupos menores, com temas específicos para serem abordados com mais profundidade técnica utilizando, inclusive, recursos de apoio como motores, carros, ferramentas, entre outros.
- Hands On: workshops onde os participantes têm a oportunidade de "colocar a mão na massa" e perder o medo de mexer no próprio carro.

Como sabem, hoje trabalho na Ricardo Oppi Restaurações e Mestre Oppi compartilha dessas minhas loucuras, sendo assim, estamos oficializando a parceria para levar a ideia até os interessados. Literalmente! Já que o povo reclama que não dá pra vir pra São Paulo pra fazer curso, que São Paulo é muito longe, que a mãe não deixa viajar sozinho e sei lá mais o que, pronto... nós vamos até vocês. Hahaha

Eu e Ricardo Oppi na 1a Clássicos do Brasil
Já estamos fazendo, está dando muito certo e já temos condições de levar isso tudo para o Infinito e Além, então quem estiver interessado em nos chamar pra fazer alguma ação neste sentido, nosso email é ricardooppi@gmail.com . Estamos muito empolgados e animados com a ideia de levarmos nossas experiências aos apaixonados por carros como nós que querem aprender mais sobre restauração e sobre carros antigos em geral. Antigos, hein! Não venham perguntar de carro "mudernu" que a gente nem quer saber disso! Hahaha

Compartilhem a informação, entrem em contato com a gente e vamos nos divertir passando horas a fio papeando sobre carros e, principalmente, sobre o que vocês querem falar. Temos várias coisas prontas das ações que já fizemos, mas a ideia principal aqui é personalizar mesmo e poder levar pra Galera exatamente o que a Galera quer. Todas as tribos merecem atenção.

Não esqueçam de espalhar a notícia e aguardem que logo terei novidades também lá no Youtube. Hehehe

Beijão, galerinha!

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Arte em movimento

Qual a primeira coisa que lhe vem à mente quando ouve/lê o nome Ralph Lauren? Perfumes, camisas, carros... Carros?

Pois é... O Sr. Lauren é dono de uma das coleções mais incríveis de carros do mundo e esta que vos escreve teve a oportunidade de vê-los de pertinho!

Ralph Lauren e sua Mercedes-Benz SSK Count Trossi 1930
Nas palavras do estilista, “Eu sempre vi os carros como arte. Arte em movimento. Enquanto meus amigos se interessavam por pinturas, eu sentia de certa forma que a real beleza de possuir um carro raro e magnificamente desenhado é o fato de que você pode usá-lo. Você pode olhar para ele, apreciar suas qualidades visuais, como em uma pintura, mas você também pode entrar e dirigi-lo – que significa tanto apreciar o ato de dirigir quanto ir a algum lugar com ele”, o que combina inteiramente com o que eu penso sobre ter carros antigos: é preciso usá-los.

Mas chega de tagarelar sobre os carros! Vamos apreciá-los! No link abaixo é possível ver todos os carros da coleção e ler uma previazinha sobre cada um deles. Mas o mais importante para nós, meros mortais que jamais chegaremos perto da chave de ignição de qualquer um deles, dá pra ouvir o ronco dos motores! Amor demais! Aproveitem!

Ralph Lauren Car Show

Beijos e até a próxima!

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Se fosse fácil...

Posted by Thais Roland on quinta-feira, junho 25, 2015 in , , , , , ,
Soldando uma peça de DKW na oficina
Às vezes tenho um pouco de medo de influenciar as pessoas. Tenho plena consciência de que sei muito pouco sobre a vida e de que tudo o que faço tem um fator de incerteza envolvido que é sempre assustador.

Quando apareço em revistas ou na TV falando sobre como "larguei tudo" pra fazer o que amo tenho bastante medo de acabar incentivando alguém a fazer alguma coisa completamente no escuro.

Neste ponto é importante dizer que tenho uma parte covarde muito grande e forte, que é o que me impede de fazer muitas loucuras que passam pela minha cabeça.

Hoje o post vai ser longo. Vai ser assim porque resolvi contar a parte que a mídia não gosta de me perguntar porque não é tão "vida louca" como eles queriam que fosse, mas que pode ajudar de forma menos suicida as pessoas que querem fazer alguma mudança drástica como eu fiz.

Precisei decidir minha vida profissional com 17 anos, ao escolher o curso que faria na Universidade. Isso é normal. Quase todo mundo faz assim e quase todo mundo erra, afinal de contas, o que sabemos aos 17 anos? Nem mentir pros nossos pais nós sabemos com essa idade, apesar de acreditarmos que estamos nos saindo maravilhosamente bem na façanha.

Queria ter feito Física, mas fui convencida a escolher alguma coisa com a qual eu também me identificava e que ia me dar um emprego mais fácil. O discurso era: escolhe alguma coisa pra ganhar dinheiro primeiro e depois você faz o que gosta.

Acreditei nessas palavras sem pestanejar.

Comecei o curso de Ciência da Computação e no segundo ano consegui um estágio dentro da própria escola. Me saí bem, comecei a fazer cursos de especialização (Hardware e Linux, a título de curiosidade para os entendidos) e, no último ano da faculdade, surgiu a oportunidade de trabalhar em uma provedora de Internet. Foi meu primeiro emprego com carteira assinada, eu tinha 20 anos e estava muito feliz com a conquista. Cuidaria dos servidores (dois NTs e três Linux) da empresa mantendo o DNS no ar, criando e mantendo contas de clientes e essas coisas.

Perto desta época meu avô tinha falecido desintegrando uma parte da família. Isso me fez repensar muitas prioridades e achei que já estava na hora de partir para realizar meus sonhos. Na minha cabecinha burra de 20 anos eu já tinha alcançado o sucesso profissional e já podia me dar ao luxo de fazer o que me desse prazer. Me mudei pra São José dos Campos e comecei a assistir as aulas da turma de mestrado em Astrofísica no INPE.

Claro que eu ainda tinha que me sustentar, então peguei umas aulas no Senac pra me manter enquanto corria atrás das estrelas. Essa também foi uma oportunidade de ouro na minha vida. A pessoa que me contratou confiou em mim e me encheu de coragem pra entrar numa sala cheia de adolescentes que não estavam assim tão ávidos pelo conhecimento e eu os tinha que convencer de que aquilo tudo era importante e legal.

Me dei muito bem ensinando e, ao mesmo tempo, descobri que a vida de pesquisa acadêmica era muito menos romântica do que eu imaginava.

O Senac investiu muito em mim. Me especializou (em Linux e em Cisco) e eu comecei e ministrar cursos cada vez mais específicos, mais importantes e ser mais conhecida no mercado, o que também me deu algumas oportunidades interessantes em empresas grandes do ramo.

Nesse meio tempo eu me casei...

Um belo dia eu estava no trabalho, meio naquele período mais calmo, vendo coisas aleatórias na Internet e me deparei com um anúncio sobre o Salão do Automóvel. (dá pra presumir já que as tais "coisas aleatórias" eram referentes a carros, né? hehehe)

Resolvi ir. Ninguém topou me acompanhar, então fui sozinha. Mochila nas costas, música nos fones de ouvido, peguei o metrô, depois o ônibus do Anhembi e entrei no Salão. Respirei fundo, saquei o celular com a câmera de fotografias ligada e comecei minha diversão. E foi mesmo muito divertido! Nessa época eu ainda não sabia muito sobre carros além de que gostava muito deles. Me encantei e decidi que precisava conhecê-los melhor.

Depois de tanto tempo dando aula eu já sabia que um bom estímulo para estudar sobre carros seria ter que explicar o que li depois pra alguém. Ainda dentro do ônibus do Anhembi, voltando para o metrô, tive a idéia do blog e o nome Coisa de Meninos Nada. Pareceu tudo perfeito! Cheguei em casa e já criei tudo e escrevi e primeiro post.

Acalmou meu espírito por algum tempo mas, por outro lado, despertou alguma coisa mais intensa que eu ainda não sabia exatamente o que era.

Mais um tempo se passou e uma amiga veio me contar, toda empolgada, que descobriu que o curso técnico do Senai era gratuito! Como eu nunca tinha pensado ou ido atrás disso? Era genial! Fui olhar e vi que tinha que fazer uma prova de seleção e pronto, já tava dentro.

Aí parei pra pensar um pouco e me lembrei que não via aquelas coisas que cairiam na prova de seleção há mais de 10 anos! Dei com os ombros e fiz minha inscrição.

Passei na prova como se aquilo fosse mesmo o meu destino. Português nunca foi um problema. Matemática, desde que aprendi a usar regra de três, a vida deixou de ser um mistério (tirando o Amor, o Amor ainda é um mistério infindável e delicioso. hehehe). Foi bem tranqüilo e deu um friozinho bom na barriga quando fui efetivar minha matrícula.

Até então eu continuava empregada numa, agora, multinacional e estava encarando o curso como um hobby que ia me salvar da depressão da vida.

Me sentia tão bem no Senai que chegava na escola às 19h e cumprimentava todo mundo com "Bom dia"! Todo mundo estranhava, mas, pra mim, era mesmo ali que o dia realmente começava.

No emprego eu já estava há meses pedindo para o meu diretor me demitir. Ele vivia se negando e dizendo que eu devia esperar um pouco mais. Em casa meu prazer era pegar a cachorra pela compridezinha dela e sair correndo atrás do cachorro como se ela fosse um avião perseguindo ele. Eles também se divertiam bastante com isso!

Numa manhã de sábado me caiu a ficha de que meu casamento já tinha mesmo acabado há anos e que eu estava me auto-flagelando permanecendo ali. Pedi a separação e saí de casa.

Um belo dia, chego no trabalho e descubro que meu diretor tinha se desligado da empresa! Saiu pra montar uma floricultura! Pensei imediatamente: japonês sem vergonha!!!! Eu tinha acabado de assinar os papéis do divórcio e um mês depois a nova diretoria me demitiu! Pense num timing péssimo!

Agora sim eu tava em maus lençóis! Ainda assim, me peguei sorrindo ao assinar os papéis da demissão.

Voltei pra casa naquele dia pensando no que ia fazer agora. Senti um desespero, depois um alívio, depois esperança, depois desespero novamente, depois resolvi comer um chocolate.

A indenização pela demissão foi gorda o suficiente para que eu pudesse passar 15 maravilhosos dias em Paris, sem me preocupar com as questões da vida. E foi ali que decidi que não voltaria de imediato para outra empresa de tecnologia. Ainda tinha o seguro desemprego e fôlego para me aventurar de leve no mundo automotivo.

Voltei para o Brasil com muitas propostas de emprego em empresas concorrentes da que eu havia saído e de outras em ramos um pouco diferentes e até mais respeitadas ainda. Recusei todas. Fui procurar um dos professores do Senai pedindo uma orientação pra conseguir um estágio.

Dias depois estava estagiando na oficina de outro professor do Senai. Aprendendo um monte de coisas, me sujando horrores e me divertindo ainda mais. Esta foi outra oportunidade de ouro na minha vida! O cara acreditou em mim e me ajudou demais, ensinando e me abrindo a porta do mundo das oficinas.

Quando o estágio estava quase terminando recebi uma proposta muito interessante de outra empresa do ramo automotivo, e depois mais outra de uma multinacional! Decidi colocar fim na minha carreira em tecnologia e levar a sério a área automotiva como profissão.

Fui escrever sobre carros pra um site especializado, voltei para uma oficina, comecei a fazer vídeos pra Internet sobre carros, apareci em uma grande revista e acabei no lugar que eu sempre imaginei: entre os carros antigos, trabalhando com eles e ensinando sobre eles.

É muito importante parar aqui pra ressaltar algumas coisas...

Primeiro que não fiz nada "na orelhada". Eu tinha alguma segurança para me arriscar desta forma. Se algo desse errado era fácil ainda voltar para os malditos datacenters e continuar com a minha vidinha.

Segundo que não foram só rosas. Me apertei financeiramente, precisei de uma ajuda temporária (bem temporária mesmo, mas ainda assim foi necessária) dos amigos e passei por alguns momentos em que foi realmente necessária a certeza do que estava fazendo pra continuar.

Neste meio tempo, a aquisição do Maverick e de uma sequência de tatuagens me renderam dores de cabeça com a família que eu achei que jamais aconteceriam... A vida jogando na cara que a gente não sabe nada sobre ela.

Eu demorei muito pra tomar essas decisões... anos... o que me faz ter a mim mesma como uma covarde medrosa, mas talvez isso tenha sido necessário para que eu tivesse sucesso... ou eu apenas sofri por mais tempo mesmo...

Ver o hobby se tornar minha vida foi uma das fases mais maravilhosas pelas quais passei (e estou passando, porque não imagino que esta alegria vá terminar nunca), mas é muito importante lembrar de como foi difícil, principalmente emocionalmente, chegar até aqui.

Muita coisa continua quebrada pelo caminho e, assim como o meu Maverick, vou restaurando tudo com calma, no tempo certo e da maneira certa. Mesmo que pareça ter abandonado algumas partes, elas estão aqui, na minha cabeça, cozinhando, aguardando a melhor solução.

Enfim, tudo o que eu queria dizer com toda essa embromação é que se tem alguma coisa que você quer mudar na sua vida, mude! Não porque eu estou dizendo ou porque você viu o que eu fiz e decidiu fazer também, mas porque isso vai fazer você ficar bem consigo mesmo e só consigo mesmo, que é o importante. Se a opinião dos outros faz diferença pra você, tentar mudar só vai te fazer ficar pior, mas se o que importa é o que você quer da sua vida, vale a pena tentar.

Boas decisões e até a próxima!

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50 anos do Aruanda, primeiro carro conceito brasileiro

Arte por Clube do Carro Antigo do Brasil

Texto de Gláucio Junqueiroz Teixeira

Em 1965, no Salão de Turim, Itália, foi apresentado ao público o Aruanda, primeiro carro conceito brasileiro. Tratava-se de uma concepção totalmente revolucionária e que lançava as bases dos automóveis dos dias de hoje.

Para celebrar esse acontecimento histórico, Ari Rocha, criador do veículo, fará uma palestra especial relembrando os desafios e a importância do projeto.

O evento será realizado durante o II Encontro Brasileiro de Autos Antigos de Águas de Lindoia, Sábado, dia 06/06/2015 às 14h, no Estande do Clube do Carro Antigo do Brasil.

História do Aruanda

Considerado um salto para o futuro, o Aruanda atendia a quesitos não usuais na época. Primeiro carro em forma de cunha em todo o mundo, sua aerodinâmica projetava o mínimo de resistência ao ar visando melhorar o desempenho e colaborar com a economia de combustível. De dimensão reduzida, mostrava-se como alternativa ao de trânsito que um dia viria a se tornar o grande desafio urbano. O projeto trazia ainda a preocupação com a segurança dos passageiros além de baixa ou nenhuma emissão de poluentes.

Criado pelo então jovem estudante de Arquitetura, Ari Rocha, o Aruanda recebeu o Prêmio Lúcio Meira no Salão do Automóvel de S.Paulo, em 1964.  O carro foi construído nas oficinas da Carrozzerie Fissore, na Itália, e foi considerado como o principal destaque no Salão de Turim, onde recebeu premiação especial. Após o grande sucesso internacional, Rocha voltou ao Brasil trazendo sua criação.

Apesar de várias propostas, a ideia de produção industrial do veículo foi frustrada. Após ser exibido numa série de eventos, o Aruanda foi dado como desaparecido. Reencontrado após 30 anos, foi restaurado pelo renomado Ricardo Oppi e hoje é uma prova material do arrojo e da criatividade brasileira.

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Monarca – um marco do automobilismo brasileiro

Monarca em seu relançamento no evento Clássicos do Brasil, em janeiro de 2015

Este é um carro muito especial. Foi idealizado e construído por italianos, mas em solo brazuca.

O desejo do empresário Ruy Machado de Almeida foi colocado no papel por Oliviero Monarca em parceria com Anísio Campos e construído por ninguém menos que Toni Bianco, junto com Danilo Grazzi, na oficina Monarca, no bairro do Bixiga, em São Paulo e é considerado o primeiro veículo fora-de-série do Brasil.

Toni Bianco ao lado do Monarca após 60 anos de sua construção, junto com Ricardo Oppi
Isso aconteceu na década de 50! Oliviero Monarca desenhou aproximadamente 10 carros e este parece ser o único remanescente.

Tem a plataforma de um Porsche 356 (que se vê na foto abaixo) , mas assim como todos os outros Monarcas, sua carroceria é super exclusiva. Reparem no parabrisa. Este foi um dos pontos mais importantes ao identificar-se a plataforma do veículo quando a restauração foi iniciada.

Porsche 356 Speedster
O carro foi restaurado na oficina do Ricardo Oppi, onde trabalho atualmente e eu tive a grande honra de participar de parte do projeto. Ele foi totalmente reconstruído a partir de apenas duas fotos de referencia e agora está assim!

Eu ao lado de Ricardo Oppi no relançamento oficial do Monarca, no evento Clássicos do Brasil

Bonito, né? Mas pensa no trabalhão que deu vendo como ele chegou na oficina!

Estado do Monarca antes do início do trabalho de restauração. Arquivo de Ricardo Oppi

E isso aqui era tudo o que se tinha para fazer o trabalho!

Duas únicas fotos utilizadas como referência para a restauração do Monarca

É... restauração é isso! :) Na verdade, ainda não terminou... Alguns detalhes ainda estão em construção e mais uma foto surgiu após o relançamento do carro, que vai contribuir com o término da restauração. Ainda assim, ele já está lindo e com todo o garbo e elegância da época em que nasceu. ;)

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Eu Consegui


Eu criei o Coisa de Meninos Nada em outubro de 2008. A idéia me veio dentro do ônibus do Anhembi. Eu estava voltando do Salão do Automóvel e pensando em como eu gostaria de escrever sobre carros, mas não teria oportunidade em nenhum lugar decente já que não sabia quase nada sobre o assunto.

Dei aula durante muitos anos e aprendi muito estudando para poder ensinar. Foi daí que me veio “A Luz”. O percurso do ônibus do Anhembi, da feira até o metro Tietê deve levar uns 15 minutos, no máximo, mas foi tempo suficiente para eu chegar à conclusão de que era isso que eu precisava fazer... estudar e começar a escrever sobre carros, mesmo que eu escrevesse bobagens no início, era a forma de eu começar a aprender mais sobre esta paixão que me acompanha desde criança.

E assim eu fiz... ainda dentro do ônibus eu bolei o nome do blog e já tratei de criar tudo e escrever o primeiro post assim que coloquei os pés dentro de casa.

Inicialmente eu pensei que poderia escrever sobre carros, música e tecnologia, e tudo mais o que me agradasse. Seria um blog de Coisas da Thais e, provavelmente, só para a Thais. Hahaha. Mas não é que as pessoas começaram a ler? E comentar! E eu acabava escrevendo mais sobre carros do que qualquer outra coisa, anyway.

Tava na cara que era isso mesmo que me encantava. A música sempre fez parte da minha vida também, mas nunca foi a mesma coisa. Lá com meus 13, 14 anos de idade eu tocava clarinete na Banda Municipal de Salesópolis (pasmem!). Sim! Na época que nos mudamos de São Paulo pro Horizonte Perdido eu tinha que me ocupar com alguma coisa e foi isso que escolhi. Era legal e tudo mais, mas não vingou. O que vingou mesmo foram os carros.

Fiz o curso Técnico em Manutenção Automotiva no SENAI, fiz estágio na oficina do Psor Fábio, por indicação do Psor Marcelino, trabalhei com o pessoal do CarZ escrevendo pro site do Autoshow, inclusive cobrindo semanalmente o Autoshow Collection, mas deu saudades da oficina, onde me senti tão a vontade, e voltei pra lá. Trabalhei na Garagem São Paulo e então recebi o convite para dar aulas de mecânica no Clube do Carro Antigo do Brasil.

Essa parte foi foda demais! Eu sempre amei carros antigos (dá pra perceber, né? Já que comprei um Maverick, meu sonho de infância!) e queria mesmo me especializar nestes, mas não esperava que fosse chegar a ensinar a arte da restauração! Mais foda incrível ainda foi quando o Ricardo Oppi me convidou para trabalhar com ele! Na oficina dele (que tem tantas alfas e peças de alfas que apelidamos carinhosamente de alfisina, nome que meu grande amigo Irineu Desgualdo já tinha inventado)! Isso, pra mim, significou: Eu consegui!

Já apareci em revistas e na TV algumas vezes por causa da minha mudança radical de profissão deixando para trás uma carreira consolidada pra começar tudo de novo e, em parte, pelo fato de eu ser uma mulher dentro de uma oficina, mas o que me importa mesmo é que Eu Consegui! Hoje trabalho com o que amo e faço isso feliz!

Não tenho mais tempo pra nada, mas estou escrevendo aqui hoje em uma tentativa de retomar as atividades do Coisa. A idéia é contar um pouco do que faz parte da minha vida: um pouco sobre os carros, um pouco sobre a rotina da oficina, um pouco do que eu fazia no Deixa que eu Faço, um pouco de tudo...

Não dá pra prometer, já que to trabalhando o dia todo na alfisina e as noites e sábados no Clube do Carro Antigo, mas o pouco que eu conseguir escrever por aqui e alguma contribuição eventual que eu puder fazer lá no Vadio Amor já vai ser bacana outra vez.

E vamos que vamos... agora, só pra ostentar um pouco... vai a lista de lances onde eu apareci. hahaha

Revista Epoca 801 - Como Achar o Trabalho da Sua Vida










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