Meninas que Detonam - Renata Suescun
A primeira da lista é uma das minhas amigas Renatinha. Ela trabalha com blindagem de carros e.... bom... acho que a entrevista dela já diz tudo...
Antes de ir ao que interessa, gostaria de agradecer demaaaais à minha queria amiga por ter concordado com a entrevista e ter reservado um tempinho dela pra responder minhas perguntas.
Então, sem mais delongas...
A caverinha na mão dela fui eu que desenhei! hehehe
Perfil
Nome: Renata Martins Suescun
Idade: 27 anos
Humor: Normalmente sou alegre e simpática, mas nasci com um botão de nervosismo (de ativação automática), principalmente em situações de má educação, desrespeito, ignorância ou TPM.
Emprego atual: Analista Junior na Carrera (Chevrolet) desde Novembro de 2007
Hobbies: Ouvir música, ler, bebericar e viajar.
Twitter: @renatasue
CMN: Com o que trabalhou antes de entrar no mundo da blindagem?
RS: Considero que trabalho com blindagem praticamente durante toda a minha experiência profissional. Antes disso, trabalhava como secretária numa assessoria empresarial para companhias estrangeiras que se desenvolverem no Brasil (existiria outro nome para essa atividade, porém acredito inconveniente mencioná-lo). Fiquei lá apenas 06 meses quando recebi uma proposta para trabalhar numa fábrica de vidros blindados.
CMN: Como acabou indo trabalhar para a Carrera, no setor de blindagens?
RS: Neste fabricante de vidros conheci a sócia responsável pelo depto de Blindagens da Carrera, a qual era minha cliente, e depois de alguns anos ela me convidou para trabalhar aqui.
CMN: Conta um pouco de como funciona pra blindar um carro…
RS: Blindar um carro é algo artesanal e pouco simples. Explicando de forma prática: Retira-se do veículo todos os ítens acessórios e móveis, peças de revestimento e acabamento, e todos os vidros. São extraídos basicamente: bancos, assoalho, forração de teto e portas, espelho retrovisor interno, revestimento do porta-malas, algumas partes do painel e etc. Na lataria (que chamamos de parte opaca) aplica-se em sua maior parte o tecido de aramida (popularmente conhecido pela marca mais vendida - Kevlar) e em algumas partes, como colunas, maçaneta, aplica-se aço balístico para reforço e eliminação de vulnerabilidade. Coloca-se também uma cinta de aço inox em todos os pneus para permitir que o veículo rode por alguns Km com os pneus murchos, caso tenham recebido tiros; e coloca-se uma sirene e um microfone para permitir que o usuário não saia do veículo para se comunicar com alguém externo a ele. Por fim aplicam-se os vidros blindados, remonta-se todo o revestimento e acabamento interno e aí é só lavar e sair para as pistas.
CMN: Qual o carro mais inusitado que a oficina onde trabalha blindou?
RS: Aqui na Carrera, por termos a bandeira Chevrolet, blindamos basicamente modelos produzidos por esta montadora ou por empresas do grupo GM. Em blindadoras anteriores, o carro mais inusitado que vi blindar foi um Ford kA modelo antigo. Há uma lenda no ramo da blindagem que um dos primeiros blindadores adaptou e blindou (por questões sentimentais) um Fusca. Nunca vi pessoalmente, vi apenas fotos.
CMN: Qual o carro mais caro que já encostou na oficina?
RS: Mercedes série S ou BMW Série7 que quando 0Km custam mais que R$ 500.000,00. Veículos muito mais caros do que estes, como os esportivos, não costumam ser comumente blindados.
CMN: Você sempre gostou de carros ou começou a apreciá-los depois de trabalhar com eles?
RS: Gostava de carros off Road e Jipes, pelo espírito de aventura. Quando comecei a trabalhar com carros passei a valorizar detalhes e modelos que considerava dispensáveis ou finos demais.
CMN: Como é trabalhar com tantos homens? Como fica o ambiente de trabalho? Como eles te tratam?
RS: Trabalhar com homens é geralmente mais fácil do que trabalhar com mulheres. O ambiente de trabalho é tranqüilo e agradável. Eles me tratam geralmente bem, costumo ter problema apenas com os mais velhos e menos esclarecidos, que acham improvável uma mulher entender de veículos e muito menos de blindagem.
CMN: Já sofreu algum tipo de preconceito por ser mulher neste ramo? É comum? Pode contar alguma história interessante?
RS: Sim, é comum o preconceito, pois a maioria dos compradores e usuários são homens, mas as histórias são desagradáveis e repetitivas. Na Carrera a situação é mais engraçada, pois quando algum cliente diz as célebres frases “Posso falar com um superior seu? Tem algum gerente com quem eu possa falar?” e eu o transfiro para minha diretora, se machista ele irá estranhar serem apenas mulheres na administração e atendimento da blindagem.
CMN: Qual é o seu emprego dos sonhos? Que vc imagina que faria feliz e contente todos os dias?
RS: Eu não acho que há algo mais prazeroso na vida do que comer e beber. Acho que seria feliz trabalhando em um estabelecimento meu, servindo comidas e bebidas de qualidade.